O mundo do faz-de-conta das classes mais abastadas do Brasil, moldado pelas reportagens-fantasia da mídia de imbecilização das massas encontra-se em situação cada vez mais difícil de seguir sendo sustentada – ainda que ambos os setores resistam tão patética quanto estoicamente!
Afinal, tanto quanto sonhar em limpar privada de Tio Sam, há uma ideologia por trás da defesa do indefensável: uma das elites mais reacionárias, discriminatórias, agressivas, ignorantes e dessituadas do planeta não se pode se dar por vencida!
Se conseguir sobreviver em um Estado altamente policialesco, entre uma das sociedades mais violentas e discriminatórias do mundo, outro grande desafio é ser explorado no berço do capital hoje: se não bastassem todas as históricas humilhações, a decadência econômica (certamente, reflexo da crise intelectual e moral por que atravessa o país), a realidade da vida na América está bem distante das cores, dos fogos de artifício e de toda a alegria imperante na Disney, e de toda a sorte das precárias propagandas midiáticas.
A pobreza nos Estados Unidos, desde o desmantelamento do Estado de Bem-Estar Social pós-II Guerra Mundial, esfacelado especialmente por Ronald Reagan, tem experimentado vertiginoso crescimento. E a situação tem se agravado ainda mais após a crise financeira de 2008.
Crise Intelectual nos Estados Unidos – Dados
Sobre a crise intelectual que assola os Estados Unidos, o que em grande parte explica por que o país caminha a passos largos para a perda da hegemonia global (conquistada à base de invasões, boicotes, assassinatos, genocídios, golpes,crimes de lesa-humanidade e da indústria da guerra) em 1994 já observava José Arbex Júnior em seu brilhante livro A Outra América – Apogeu, Crise e Decadência dos Estados Unidos:
O ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos e ex-presidente do Banco Mundial, Mc Namara, apresentou uma importante declaração à Comissão de Orçamento da Câmara de Deputados do país, reunindo a crise econômica, política, ambiental, tecnológica, de saúde, dos serviços públicos, de criminalidade, de preconceito, e também fez séria menção à crise intelectual por que atravessam os EUA. É esta declaração, no que diz respeito á crise intelectual, que será aqui exposta., junto dos dados da Entidade Federal para o Ensino de Ciências Humanas dos EUA.
Em sua declaração (resumida aqui), Namara afirma:
13% dos alunos do secundário que completaram o curso fazem-no com habilidade de leitura equivalente à de alunos da sexta série;
Resultados de testes dos alunos norte-americanos hoje, equivalem aos dos alunos japoneses de quatro anos atrás. Enquanto no Japão os alunos empregam 61 horas semanais em sala de aula e estudo em casa, os norte-americanos dedicam apenas 30 horas ao estudo;
A National Science Foundation revelou que no 3º Colegial os alunos do país obtêm, em matemática e ciências, os resultados mais baixos, ou quase, entre os alunos dos países desenvolvidos.
Pesquisa de outubro de 1989 do Instituto Gallup, encomendada pela National Endowment for the Humanities (Entidade Federal para o Ensino de Ciências Humanas), constatou uma crise sem precedentes na formação cultural dos estudantes norte-americanos. Dos 700 entrevistados:
25% atribuíram à Constituição dos Estados Unidos um princípio que, segundo Karl Marx, seria a pedra angular da sociedade socialista: “De cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo sua necessidade”;
23% disseram que o ex-ditador soviético Stalin foi o autor da sentença com que o premiê britânico, Winston Churchill, sintetizou a divisão do mundo em blocos em 1946: “Uma cortina de ferro desceu sobre a Europa”.
11% acreditavam que o czar Nicolau II foi o líder, e não vítima da Revolução Russa de 1917;
Mais de 50% não sabiam que William Shakespeare foi o autor de “A Tempestade”, uma de suas mais celebradas peças.
A fonte de Arbex em relação à pesquisa da Entidade Federal para o Ensino de Ciências Humanas foi o jornal O Globo, de 10 de outubro de 1989.
Tudo isso, certamente, também explica o complexo de inferioridade e o caráter idiotizado dos cidadãos tupiniquins com mentalidade made in USA, importadores de toda a sorte de lixo informativo e cultural do Norte que norteia sua morte.
Já dizia Goethe: “Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser”.
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